segunda-feira, 29 de junho de 2015

O ESTADISTA


Hoje, aquele senhor que dizem ser o presidente da República, em pronto comentário - sim, por vezes dá-lhe para comentar - sobre a questão da Grécia (provável saída do Euro) afirmou não haver problema, pois ainda ficam dezoito e outros querem entrar.
Não vou dizer que fiquei atónita, pois daquela alminha espero tudo menos bom senso, elevação e decência. Limitei-me a procurar uma tabela de equivalências, susceptível de permitir a avaliação do grau de decoro e inteligência duma tal asserção. Não se revelou tarefa difícil, prontamente concluí pela seguinte equivalência: visita a família  de B e C, em missão de condolências, pelo falecimento de um dos seus cinco filhos; aperta a mão a B, o pai, dá um beijinho a C, a mãe, e, com um maroto e ufano sorriso, diz-lhes, aliviado: pensem na felicidade que têm, ainda ficam com quatro filhos e, sorte a vossa, há por aí uns desgraçados duns órfãos ansiosos por adopção! Não vou dizer que C caiu redonda no chão, enquanto B enfiou um valente soco no pescoço de A, deixando-o arrumado, a um canto, e que, pensando tratar-se doutro morto, os senhores da Funerária o enterraram com o falecido. Não estou aqui para inventar.
Tudo isto, apenas para concluir que este é o exemplo que as juventudes ibero-americanas têm a esperar do seu recém-nomeado embaixador Aníbal Cavaco Silva. Ainda bem que não havia nenhuma creche a precisar de representação diplomática!

(Imagem obtida em pesquisa Google)





   

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