códigos de barras
desenhados a néon
multiplicam-se na noite das cidades relevantes
povoam, assimétricos e distantes
beiras de auto-estradas, extensas e desertas
subtraem o brilho à escuridão das noites
que é disso o néon
da luz roubada aos poços de negrume
iluminam transumâncias
agitações
e outras transfigurações
dão vida aos mortos dos dias extintos
ressurreição em fôlegos tardios e desarticulados
acompanham músicas incandescentes
ao som de vazios profundos
rasos como linhas rectas, horizontais
sumidas nas distâncias perdidas
ocultam-se de dia, quais vampiros
passando incólumes, despercebidos
seduzem pela noite
fingimento de dias espampanantes
inocente engano
de tão tolo, consentido
são códigos de barras
multiplicados pelo dentro das noites
roubando ao negrume o brilho
desinquietando os mortos do dia
cadáveres sobrantes
convertidos em passos de dança
tudo se agita ao som ondulante dos néons faiscantes
códigos de barras das cidades relevantes
esparsos pelas beiras das auto-estradas do silêncio
longas e desertas
códigos de barras
consumindo-se em néons brilhantes
convertendo sobras de vivos em mutantes
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