segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

O CACHORRO DA SR.ª MERKEL

 
Pedro Passos Coelho, o ainda primeiro ministro (aliás, sinistro) de Portugal reagiu à vitória eleitoral do Syriza, na Grécia, com a ferocidade que, após ter ganho as eleições legislativas portuguesas (na campanha prévia, tudo era diferente, só promessas e mansidão), fez gala em ostentar e aplicar, na defesa e concretização das políticas de austeridade para além da austeridade, quer dizer, para além do exigido pela corja de credores. 
Com a arrogância que lhe é característica e arrogando-se uma legitimidade e um peso europeu que, de todo, lhe faltam, permitiu-se avisar o novo primeiro ministro grego sobre a obrigação de cumprir os compromissos assumidos perante a UE, sob pena de desintegração desta e do euro, alertando para que isto não é um jogo de crianças, nem se pode desatar a subir ordenados e a baixar impostos...
Também nisto, juntando-se ao coro do arco merkeleuropeu, comandado, como o nome indica, pela própria Merkel, conseguiu exceder o respectivo tom de superioridade e ameaça, pondo-se, mais uma vez, nas pontas dos pés, para ladrar a voz do dono, aliás, da dona, como se isso pudesse render-lhe alguma consideração ou agradecimento, quando, aliás merecidamente, só pode suscitar  desprezo... e riso.
Até aqui, nada de novo, apenas mais um exercício da coerência a que, nestas matérias e, volto a sublinhar, após se ter tornado primeiro ministro (aliás, antes disso, talvez nem existisse...), nos habituou, ao mesmo tempo que nos vem massacrando.
Todavia, sob aquela capa de arrogância, pareceu-me vislumbrar um elemento novo, um certo desespero, de resto, perfeitamente justificado, perante a perspectiva de que o novo governo grego venha a conseguir impor os seus pontos de vista anti-austeritários e de defesa do Povo grego, o que, com a proximidade de eleições nacionais, não pode, de todo, sufragar-lhe  a megalomania que recentes  sondagens poderão ter vindo a alimentar-lhe.
Talvez o aspecto mais importante da vitória do Syryza seja, justamente, esse, o dum novo internacionalismo, que reposiciona as regras do jogo dos chamados arcos governativos nacionais, tão apodrecidos e corrompidos na identificação com interesses que nada têm a ver com os dos Povos, das pessoas, que era suposto representarem.
Pela minha parte, desejo as maiores felicidades ao Syrisa, aliás, ao Povo grego, e estou-me absolutamente nas tintas para os latidos arrogantes e desperados do cachorro da Sr.ª Merkel.
Ah! e não paro de rir com a visão  do recém empossado Alexis Tsipras a tremer de medo, face às ameaças do Sr. Pedro Passos Coelho...

(Imagem obtida em pesquisa Google)



 
 
 

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