sexta-feira, 14 de março de 2014

ÀS VEZES, A VIDA!


um simples vidro de permeio e temos

reflexo de sol feito pássaro de papel
aprisionado em gaiola de luz
grade-escama aberta, escancarada

estátua da liberdade
por corpo, um poste, por cabelo, espinhos
da liberdade artífices e testemunhos
que a liberdade é dura, na conquista e no exercício
que a liberdade é cara, no preço e na valia

cabines aéreas, amestradas em fios de navalha
cegas à hipótese da iminência do voo interrompido
aquilo do imediato súbito
contudo, lâminas à vista
por perto, prontas a rasgar e deixar traço

cenários normais
árvores, pessoas
dar sombra, respirar
existências dos símbolos do real
simulacros do esquecimento apetecido

ah! e os pássaros
mas os pássaros são reais
escoltam a luz crua do azul, como se nuvens
existências outras
distâncias do intermédio do além

às vezes, a vida, simples vidro de permeio



 




 
 






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