segunda-feira, 16 de setembro de 2013

TRÊS TEMPOS


Palavras à toa

É o que inventas

O que sabes inventar

Significados imaginários

Duplos de caminhos misteriosos

Porém, nem um Profeta conseguiria adivinhar

Palavras laterais

Saídas da mente secreta, que é a tua

Tão resguardada!

Por que grades? - pergunto-me.

Ainda me pergunto 


Já não inventas palavras

Que a invenção implica acreditar

Óbvios são os gestos

E as palavras que já não inventas

Tornas-te credível, finalmente!

Apagam-se as últimas sílabas

Não vou deter-me

Não ficarei para as segurar


Vou-me embora

A chegada fez-se tarde, fez-se nada

Porque nada eram as palavras inventadas

Parto

Já parto tarde

Porque antes de chegar

Levo-me debaixo do braço

Amparo-me cuidadosamente

Sem, sequer, um último olhar



 

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