quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O QUE DIGO AO VENTO



Vento agreste
Vento brisa
Vento de mil faces
Ouvir-te e não te ver
Sentir-te e não te tocar
Não alcançar tocar-te
Nem meu olhar ganhar-se em ti
Dia de impossibilidade, este
Dia do dia de há dias
Tão poucos
Parecendo, todavia, tantos
Como quando nos morre alguém do coração
Radicalidade num segundo
Num exacto súbito segundo
Maldito segundo
Tão perto, tão longe
Paisagens impossíveis
Contudo, no segundo anterior
Eventualidades de tangência
Mas hoje, dizia
Dia do dia de há dias
Tão poucos, tantos
Como quando nos morre, num súbito segundo...
Sopraste fresco, doce, nesse dia
So sweet!
Insinuação de brilhos cintilantes
Anúncio de tangências mil
Como mil faces podes exibir
Depois partiste, como se num segundo
Aquele que rasga, definitivamente
Arrogante oferta de negações
Mil.




 

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