sábado, 10 de novembro de 2012

NOSTALGIA

Adoro o Outono; é, mesmo, a minha estação preferida.
 
Então, hoje, fui procurar o Outono.
 
E encontrei:
 
 
uma folha caída
 
 
uns patos sonolentos
 
 
uma explosão misteriosa
 
 
um canavial ao vento
 
 
um fantasminha
 
 
um olho perdido
 
 
uma lata birrenta, esmagada por duas frágeis canas. É bem feito, não tinha nada que invadir os domínios da natureza pura.
 
 
um reluzente insecto castanho
 
 
três velhos órfãos, cheios de rugas e reumatismo
 
 
dois estranhos insectos que navegavam através dum mar de ameaçadoras nuvens, coabitando com uma pequena ave
 
 
 
Encontrei tudo isto e depois regressei a casa, na esperança de que chova.
 
 
 


NARCISISMO

Hoje, por volta do meio-dia, atravessei a transparência das águas dum espelho e, do lado de lá, onde, sem saber muito bem como, fui parar, revelou-se-me uma imagem tão bela, tão perfeita, que, para ver se era real, decidi beijá-la. Beijei-a e senti o beijo. Oh! Era a minha imagem. Ou melhor, era eu.




UNIÃO EUROPEIA

 
Ao circular por Lisboa, vejo um anúncio da GREVE GERAL IBÉRICA, a ocorrer no próximo dia 14.
 
Admiração? Nenhuma.
 
Afinal, não será o primeiro nem o último protesto que une mais do que um Povo, no seio da denominada UNIÃO EUROPEIA. Por outro lado, são sobejamente conhecidas as razões desta LUTA, protagonizada pelos NOVOS OPRIMIDOS, esmagados por sucessivos PACOTES DE AUSTERIDADE, que assassinam os mais elementares DIREITOS HUMANOS, sobretudo no plano laboral e social, naquilo que representa uma tão avassaladora quanto alarmante involução de conquistas civilizacionais fundadas no respeito por Valores Humanos essenciais ao são desenvolvimento pessoal e social.
 
Reflexão? Sim.
 
Talvez seja pela via da CONGREGAÇÃO/EXPRESSÃO COLECTIVA dos Povos atingidos que, finalmente, se venha a construir a VERDADEIRA UNIÃO EUROPEIA, uma união fundada na REVOLTA contra as INJUSTIÇAS  que, em (alegado e falso) nome da (apenas designada) UNIÃO EUROPEIA, vêm sendo perpetradas contra alguns dos Países em situação de maior fragilidade.
 
O que não deixa de ser TRISTEMENTE IRÓNICO! E não deixa augurar nada de bom ...
 
Mas é a verdade, desiluda-se quem (ainda) acredita na possibilidade duma EUROPA UNIDA E SOLIDÁRIA, fundada numa identidade civilizacional própria e no convívio harmonioso, igualitário e solidário entre os seus diversos Povos. Quanto a mim, estou à vontade, pois nunca acreditei em semelhante ficção.
 
Levantemo-nos, pois, VÍTIMAS DA FOME(que há diversas fomes, embora muitas já sejam de comida ...)!
 
Pugnemos pela devolução dos nossos DIREITOS ROUBADOS, da nossa DIGNIDADE AFRONTADA e da INTEGRIDADE DOS NOSSOS PAÍSES ASSALTADOS!
 
EM UNIÃO, A UMA SÓ VOZ, POR ESSA EUROPA FORA!
 
NO PRÓXIMO DIA 14 E EM TODOS OS DIAS QUE SEJA NECESSÁRIO!